Samstag, Dezember 09, 2006

O inseticida

O vento empurrou a mariposa contra a janela. Era tão pequena, suas asas tão leves que a fazia flutuar com uma ligeireza incrível, mas essas mesmas asas a arrastavam pelas paredes do quarto, tão claro para aquela hora da noite.
A menina a viu, olhou, sentiu os barulhos agudos das asas da mariposa. Os olhos da menina seguiam-na hipnoticamente, como num seguimento sem fim. " Tão pequena, mas um dia me incomodorás, melhor cortar o mau pela raíz!" - disse a menina para si mesma e chamou sua mãe.
A mãe entrou com o inseticida entre as mãos e começou uma perseguição cruel contra a mariposa. A mãe ia jogando-lhe veneno sobre as asas e o ventre, a mariposa queimava entre as baforadas do veneno. Até que o inseticida acertou em cheio a mariposa, que caiu, ainda se debatendo sobre a asfixia que o inseticida lhe causava, sobre o chão.
Morta, como um inseto, como devia ser. As moscas vivem 24 horas não por causa da bosta que vivem rondando e sim, por causa do inseticida que nada mais é senão um homicida sem culpa, nas mãos de um humano, assassino cruel e frio. Não invadam quartos, não rondem a bosta, os humanos vão te matar!

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