Sonntag, August 31, 2008

Nem deve valer

Febre, febre, febre. Tanta coisa para ler que meus olhos estão caindo de vermelhos. E esticar as mãos para tentar arrancar o último pedaço da tentativa de vida. Nem habitantes meus sonhos tem mais. Sonhos : leve desconforto no estômago para ler ou falar sobre.
Olhar não para trás, mas para o meio do caminho. Bem ao centro. E saber que agora sim é tempo de cair de joelhos e agradecer, e chorar, e chorar nas bases de um crucifixo sobre como você tem sido bom comigo, meu Deus. E não saber agradecer com ações, mas sim com mais um malogro sobre como há algum ego em mim que é mais do que eu mesma.
Vão sobrar não as tentativas, mas o olhar por cima do ombro de nojinho e a fala toda, toda pedante: " I don't give a damn." Ou ainda, a dúvida que não vai se calar diante do grande mal-feito : " Era assim mesmo?"

Dienstag, August 26, 2008

" Não posso trazer o passado de volta? É claro que posso!" Jay Gatsby

Um pouco após fazer esta afirmação, Gatsby foi assassinado. Espelhando-me nisso, não vou tentar arrancar o passado de trás e pô-lo em minhas mãos futuras, como quem guarda cartas na manga para ganhar o pôquer.
Nem mesmo posso pegar experiências passadas para tentar aprimorar os novos atos. Isso só dá certo quando se trata de um sabor de sorvete, ou restaurante ou algo que não seja abstrato. Em todas as tentativas, tento prender com os braços e dizer como fazer tudo, como as coisas em si funcionam. Mas não é assim que funciona e eu me perderia no infinito de lições de dizer como se portar diante de mim.
O pior é poder adivinhar exatamente o futuro - até nos pequenos gestos e palavras que serão feitos-ditos-, e saber que poderia ter sido diferente ( sempre sabemos, mas nunca conseguimos mudar certos rumos). Entretanto, vou fingir ser cega por dias... E por quê eu não o fiz enquanto você errava? Ah, ok. Aquela coisa de dignidade, ou ainda, orgulho.

Samstag, August 16, 2008

Algo sobre paralelismo

Fazendo um paralelo perfeito comparando o post " 1 ano" com aquela frase que ficou ressoando na cabeça dos leitores do blog: " Hoje eu vi alguém que era como você costumava ser." Com o fato de que o "alguém" agora sou eu.
E não é que é exatamente como eu costumava ser? Toda a boa vontade, a dúvida sobre como se portar, a ingenuidade perante o relacionamento. Somando-se a afetação mais graciosa do mundo, claro.

Freitag, August 08, 2008

Cause evebody has a poison heart...

A vida, os dias vão passando junto com o desgosto de solidão obrigatória. O fato de estar tudo ensolarado até revigora algo, mas não o suficiente para maquiar as rugas de tédio e vícios. Você está gastando suas últimas horas de lazer em um meio de comunicação que alcança milhares de seres humanos e, de repente, em sua frente aparece algo novo. Algo não, alguém.
Você está cansada de relacionamentos rápidos e objetivos, ele quer algo sério. Aliás, muito além do sério: ele quer casar. Porque acredita que você é a mulher da vida dele. Você quer procriar, passar seus genes adiante e, olhe só: ele quer filhos, ele também quer filhos! Você quer não a esperança, mas a certeza de que tudo vai dar certo, pois vida é isso: fazer dar certo; e ele fraqueja diante desse fato, da distância. O que faz que seu espírito esperançoso fique ativo novamente, o que possibilita que você possa não somente proferir verdades otimistas, mas também acreditar nelas e reunir suas últimas forças contra a inércia.
E, de repente também, você lembra que foram lições demais diante da caminhada. Que talvez você não possa se doar tanto quanto ele mereça. Que mesmo que todos os sonhos com toda a certeza dos céus possam ser realidades, não faz tanta diferença assim que sejam.
Não posso esquecer, não posso esquecer...