Sonntag, Oktober 28, 2007

Hipnopédica

Eu não estou aqui e isto não está acontecendo comigo.



Cansada de todos tentarem ser modelo no orkut, de toda a pressão para um vestibular que não irá se concluir nem que eu queira e da inércia total. Morrendo para tentar crescer, ou, ser a vida que não fui antes de ter que dançar o último tango.

Sonntag, Oktober 21, 2007

E de tudo sobraram três coisas...

A certeza de que um post não bastaria para os acontecimentos mais horrendos estratosféricos, a certeza de que a tal da semente da discórdia faz parte do conto da carochinha e a certeza absoluta e única que vilões de novela mexicana não são reais, mas pelo menos dá para imitar a make up.

Beth Lugosi is dead

Talvez eu também e não saiba. A cerveja pela metade no bar imundo. O maço de cigarros de cereja esgotados e minhas amigas implorando para que eu ficasse mais um pouco. A antipatia com todo ser humano que viesse dirigir a palavra a mim, a cara de sono, os pés cansados e o coração rachado de alguma forma nada convencional.
A ânsia de vômito que foi substituída pela ânsia de voltar para casa. "Estamos sempre voltando para casa"; já dizia a Lyanna. E o calor que faz as axilas escorrerem, a maquiagem derreter e o cabelo despentear até eu ficar tão depreciativa comigo mesma que queira ficar calada e surda. Além do amargor, sobraram as ótimas piadas e a mancada de ter confundindo um doente com um skinhead.

Freitag, Oktober 12, 2007

1 ano

Hoje eu vi alguém que era como você costumava ser. Não é novidade eu ver algo que não é e fora do lugar, pois ele estava no ponto de ônibus, rindo com uma garota que provavelmente era sua namorada. Contudo, fiquei hipnotizada com a cena.
Relembro e remôo as ondas do mar, muito espumantes e nada altas. As mãos dadas em um calor de provavelmente 38ºC, os sorrisos nos rostos e, nos rostos alheios apenas uma satisfação de maresia. A noite quente e enluarada, tranqüila apesar do trânsito fora do quarto. Eu queria de bom grado dançar o último tango, mas você me guia em rodopios rápidos por esse salão de infinidades alheias. Tão rápidos e precisos, como tiros no cérebro, facas em pulmões. E fica cada pouquinho para mais tarde, como se realmente fossemos até lá e mesmo se chegassemos,
estaríamos completamente despedaçados, não há de se negar.
Hoje eu vi alguém que era como você costumava ser. E não era. Os olhos grudaram na janela do ônibus e eu pude alcançar a sua réplica. Cabelos escorridos até o pescoço e sinais de barba no rosto. Eu beijei-o com os olhos. A saudade é do que eu fui e do que eu via, não te amo não. Minto, te amo pouco e é muito amar pouco para um coração seco. Padeçamos.