Montag, Februar 26, 2007

Falling down...And down...And down...

Aquela teoria de "poderia ser pior" já caiu e muito no meu conceito. Não tenho mais para onde cair, até Satã rejeitaria a minha alma agora. E a sensação de que não haverá reviravolta ou segundo tempo para recuperar o jogo, me faz ficar mais paranóica e mais indisposta.
Chego da escola morta, me jogo na cama completamente encharcada de suor. Para trocar de roupa é um trabalho que só vendo...Primeiro tiro a primeira perna da calça e só depois de meia hora tiro a outra perna. Até vestir uma roupa qualquer, tomar um banho, entrar na internet e ver que as coisas continuam cruelmente iguais. Voltei á época do autismo por oção.
Não posso fazer mais nada, além de não fazer mais planos e nem ter mais sonhos. Faço agora o que me vêm na cabeça. E meu cabelo vai acabar ficando roxo novamente ao invés desse loiro quase aguado de agora. Se o meu corpo pudesse criar vida própria e se separar de mim... Mas todo mundo tem que viver sua vida e só Deus sabe como eu devo viver a minha...



Você se tornou cego, surdo e mudo. Eu lamento que você em vez de me tirar essa dúvida cruel , apenas finja que está sendo educado... Afinal de contas, o desprezo não é nenhum tipo de educação, meu caro. Que tipo de " monstrinho" você se tornou?! Ou o "monstrinho" é apenas a minha pseudo-esquizofrenia tentando me enganar pela milésima vez?! Oh, meu Deus...

Mittwoch, Februar 21, 2007

Back from carnaval

Viagem, mar, sol e areia grudada nos pés. Pela manhã todo sono do mundo, à tarde o mar...E só o mar! Um mar calmo, claro e salgado. Quando o sol estava quase chegando ao fim eu sentava bem na beirada da areia ou perto do pier e ficava olhando aquela visão linda do pôr-do-sol que me deixava fascinada com tanta beleza.
Quando chegava de noite era aquela agitação. Samba e axé, pois é carnaval. Então, larguei Placebo, Radiohead e Pavement de mão. Todos felizes, nenhuma preocupação, nenhuma competição e nenhuma frustração. Mas tudo isso só durou três dias.
Chegando em casa, fui me olhar no espelho depois de tanto tempo sem encará-lo. Tomei um susto. O colo antes branco e sem vida se tornou levemente bronzeado, o rosto antes macilento e pálido estava corado com o nariz levemente avermelhado e não era de choro, era de descanso e satisfação e os olhos...Se tornaram doces e expressivos. Voltei completamente centrada e calma, segura de mim mesma e toda amargura sumiu (ao menos parece). Sou outra, ou talvez o que eu fui um dia.

Mittwoch, Februar 14, 2007

A rotina cretina

Andava pela calçada meio cimentada, meio terrosa. Suas pernas ficavam bambas, pois estava no meio fio e, quando um carro passava sua excitação aumentava, até que passou um caminhão. " É agora! Vou me jogar na frente, vou ser deliciosamente esmagada."- disse. Mas estava com tanta vontade de viver mais um pouco( talvez viver o suficiente para tingir o cabelo, ou provar uma cerveja nova ou conhecer outros lugares) que não se atirou ao caminhão, apenas abriu o portão do prédio e entrou.
Foi direto ao banheiro, abriu a torneira e viu de relance o espelho, que evitou talvez por se detestar tanto que não conseguia suportar sua própria imagem refletida em qualquer lugar, ainda mais no espelho, onde as imagens aparecem claras. Não sabia se lavava ou não o rosto, pois não sabia se estava suja ou suada... Havia muito tempo que ela não sabia mais de nada. Apenas se sentou e comeu. Comeu pouco, a comida ia de um lado para o outro da sua boca e acabava entalada no esôfago.
Tinha tão pouco dentro de si que não sabia se a vitória tinha algum gosto e qual gosto era. Mas sabia o que não suportava: a si mesma. Estava raspando as pernas enquanto pensava cinicamente nisso tudo e... Vaps! Acabou fazendo um cortezinho na perna. O corte aumentou, escorria sangue de todos os lados e ia se tornando pouco a pouco uma ferida enorme e tenebrosa.
Ela caiu ao chão, pois sua perna estava consumida em uma poça densa de sangue e esse sangue escorria de um vermelho tão rubro que lhe saltava aos olhos.
De repente se deu conta que não havia sangue algum e nem corte. Sua perna estava intacta e sadia. Foi quando teve a certeza que a era esquizofrênica.

Mittwoch, Februar 07, 2007

Aula de Geografia

Meu professor com uma sutileza de elefante a falar sobre a situação mundial: "O capitalismo é explorador! O capitalismo é esquizofrênico! Vocês sabem o que é um esquizofrênico? É a pessoa que acha que vê coisas. Ele causa a fome de milhares de pessoas porque é cruel!"
Eu engoli a raiva e a retórica com tanta força e rapidez que meu estômago pesou. Pensei em falar com o cretino após a aula : "Escute professor, primeiramente o senhor não faz idéia do que é esquizofrenia! E segundo que o capitalismo não é cruel, ele é democrático. Eu estou certa e você, errado! E não há nada que o senhor possa fazer sobre isso." Mas daí vi que não ia dar em nada...Comunistas ou pré-comunistas ou são canalhas ou ignorantes demais para poder entender qualquer coisa. Me contentei em anotar as respostas e a pedir que Deus me desse paciência e santidade.

Donnerstag, Februar 01, 2007

A Prova de Verão

Acordei cedo e minha cabeça doía...Não por ter acordado às 6:00 horas, mas porque era tanta fórmula grudada no meu cérebro que parecia que ele ia criar vida própria e sair da minha caixa craniana. Cheguei na escola e fiquei horas parada, esperando chamarem para a prova.
E lá estava eu sentada na primeira carteira, batendo a lapiseira cor-de-rosa e cheia de glitter na mesa. Fazendo as questões...Humm! Os raios betas diminuem sua carga negativa ao novo átomo e pronto! Entreguei a prova com o estômago quase saindo pelo reto.
Nada importava naquele momento e nem agora, o verbo esquecer ganhou tanta forma e vivacidade para mim que eu realmente pude conjugá-lo em voz alta: Eu esqueci. Mas tu esquecestes? Ele esqueceu? Nós esqueceremos, meu bem? Acho melhor eu escolher o outro verbo, quem sabe o verbo desintegrar. E os raios betas ,por acaso, somam e não diminuem sua carga...É...acho que vou parar na dependência escolar.