Sonntag, August 12, 2007

Anacoluteando minhas reflexões

É, eu mudei. Não exatamente na minha essência central, mas mudei e isso é um fato. E é praticamente um fato social, já que todas as pessoas têm mudado constantemente.
A prévia solução é ter sensibilidade e sorte para apostar se o outro mudou ou não. Eu não tenho sensibilidade e nem forças para apostar em um filme que eu já vi, rebobinei, vi novamente, chorei, esperneei, vi outra vez e pairei cansada no abcesso. O meu problema talvez seja mesmo eu ser um tipo de anacoluto. Dou tanta complexidade e pouca compreensão às coisas e pessoas que acabo sendo rapidamente substituída ou eliminada.
Eu recordo quando uma de minhas professoras de Biologia falou que, cientificamente nenhum ser humano é igual. Se não somos iguais, então não podemos ser substituídos e se não podemos ser substituídos, eu não existo. Concluí. Descartes mentiu para mim (Penso, logo existo).
Eu, a mim me parece que tudo vai bem. Me parece que tudo vai bem. Eu (alma) e mim (corpo) desapareceram. O "me" continua, talvez um dia ele sinta falta do "eu" e do "mim" e vá buscá-los.