Donnerstag, Februar 17, 2011

Het spijt me II

"A quem confiar minha tristeza?"

[Trecho de uma das canções da Igreja Russa]





Ainda foge de minha comprensão o porquê do desculpa ou sinto muito soarem palavrões e ofensas proferidos por mim. Daí a facilidade de pedir desculpas, tentar tentar repetir até que soem como devem ser e que melhore a dor, insatisfação, que salve algum pedaço de mim ainda não esmigalhado.

Talvez a miséria seja uma roupa que combine muito com meu tom de pele. Um sinto muito com o nariz vermelho e olhos marejados devem ser muito bonitos de se verem em mim. Não sei.Nunca o quis também. E aí vem a inércia da própria situação, a preguiça da circunloquicidade dos passos que nunca serão passos e não por falta de esforço. Parar de engatinhar, começar a andar, logo correr, cansar, cortar as próprias pernas para transfigurar a maldade em pedaços pequenos da própria carne para tentar entender. Não entender, cansar de perguntar entre soluços "por que?", ver que há muito a ser feito mas ver também que é mais bonito ficar assim, parada, soluçando, nariz vermelho, sem pernas, olhos completamente perdidos; apenas um mito superestimado.