Mittwoch, Januar 24, 2007

Ego painted grey

As cores cintilantes do lustre do quarto se misturaram quando seus olhos ficaram marejados. Ela estava tão vazia e tão cheia, que não sabia a diferença entre o branco e o preto. Se esvaziava quando o vento úmido lhe cortava a face da pele, que era tão branca e tão macia, fazendo com que pensasse que tudo era extremamente fácil. Se enxia quando, sentia que estava perdendo algo, que não sabia bem o que era, mas sabia que ia fazer falta algum momento e fazê-la berrar de melancolia.
Ela não conseguia entender o por quê de nada, nem mesmo o de ainda estar mentalmente sã, mas espere, ela não estava mentalmente sã. A esquizofrenia a julgava, a fazia delirar em seus próprios medos que eram infantis, mas pareciam tão reais e tão importantes que seus olhos avermelhavam a cada lembrança dolorosa.
Talvez ela achasse que tinha encontrado algo valioso. Repetia para si: " Oh Deus! Meu Deus bondoso e misericordioso! Obrigada por me presentear com essa jóia de valor incalculável!". Mas o que ela jurava que era jóia, era apenas uma bijuteria falsa, que alucinava seus olhos, fazia-a entorpecer diante do que era real e jogar-se aos pés da ilusão. Era apenas a paranóia juntada a uma semi-esquizofrenia, que a fazia ver tudo no momento como se fosse duradouro e valioso.
Mas não era, então ela quis chorar. Não pode. Não sabia por que...Mas a demonstração de seus sentimentos tinham virado simples arrepios gelados a lhe percorrer o corpo. O seu corpo de 1 milhão de dólares, que não lhe tinha trazido nada senão uma redoma de elogios luxuriosos. Mas o que ela não tinha percebido era que, no fundo, não importava se ela fosse linda ou feia, inteligente ou burra. Todos sempre a deixariam sem algum vestígio de culpa na consciência, pois ela estava condenada a ficar só e a delirar em sua própria loucura.

Montag, Januar 22, 2007

Matt e as suas verdades que me fizeram ainda mais pedante

Matt: Sabe, você está sendo bem má.
Eu: Eu??!! Mas eu sou estou respondendo aos ataques!
Matt: Você tem que fazer a pessoa se sentir mal.
Eu: Já fiz isso...Acontece que me permitem ir além disso!
Matt: Sua destruidora de lares!

Em relação a todo esse assunto, eu não tenho nada dizer senão: Não consigo sentir nada, pois não sei de nada. Tudo que posso fazer é manter meu sarcasmo e bom humor diante do fato de ter uma gorda feiosa invejando tudo que eu tenho e que ela nunca vai ter. Porque afinal de contas eu sou magra, linda e incondicionalmente um intelecto brilhante. Aff, estou mais pedante a cada dia que passa...

Donnerstag, Januar 18, 2007

Apatia a olho-nu

A apatia mostrou sua terrível imensidão em mim. Percebi isso quando, para levantar da cama, tive que me rastejar. As vezes a dor é tanta, que eu esqueço até meu nome. Tento escrever sobre tudo, mas é tanta dor, amargura, decepção e apatia para serem digeridos e formatados em escritos, que demora muito.
Estou me rendendo a esse jogo perverso, o qual eu nem sei se é realmente um jogo, ou, uma falta de consideração com o ser humano aqui. Ou se é ainda a esquizofrenia tentando corroer o resto da minha sanidade mental.
Meu anjo, me desculpe...É que as vezes eu sinto tanta dor que parece até que é real. É mais real do que eu imaginava, a dor e não o seu amor por mim. Mas eu tenho que me calar, que pensar nisso, que participar disso e finalmente acabar com isso. Eu te odeio de 5 em 5 minutos, o ódio é tanto que encobre os bons momentos, apaga o passado e demonstra só o presente, o meu tempestuoso e doloroso presente. A vida é um mau ator, que se debate no palco, rasga a sua fala e cai em prantos diante do público...É a peça que representa o idiota. E mais idiota é aquele que não participa da peça.

Dienstag, Januar 09, 2007

A perda só pode nos levar aos sentimentos nobres

Hoje de forma repentina me dei por vencida. Não sei exatamente do quê, se foi da indiferença, da solidão ou de um silêncio. Simples silêncio que podia ter significado um " espere por favor", mas que eu resolvi interpretar como um "não, eu não quero falar com você".
As tardes cada vez mais curtas, em que eu aproveito para estudar a matéria que eu não fiz a mínima questão de estudar o ano todo. Não lembro de nada, quer dizer, às vezes lembro mas é como um trailler de um filme desinteressante que a gente vê e não dá atenção.
"Não confie em ninguém da internet!" - Foi o que minha mãe sempre me dizia...E agora eu tenho que tirar o chapéu para ela. Mas era tão real... A maturidade não me deixa escapar das obrigações, então eu sou obrigada a te dar um adeus...Talvez definitivo, talvez temporário. Eu não sei e nem quero saber, estou fisicamente e mentalmente fraca. Àlcool, THC ou Valium...Nada mas faz efeito no meu organismo. A amargura deve estar debilitando-me cada dia mais.

Donnerstag, Januar 04, 2007

Eu na sala com o psiquiatra

A viagem foi longa. Duas horas até a Tijuca, entro no elevador e chego ao tal andar. Toco a campainha e ele abre:

Psiquiatra: Como vai?
Anna: Bem, obrigada.
Psiquiatra: E então Anna, o que te fez vir até aqui?

Ela abaixa a cabeça e os olhos ficam marejados. Tenta se conter e não olhá-lo nos olhos, mas o olhar dele transmitiu tanta piedade para com ela, que ela mesma se sentiu uma grande mártir.

Anna: É difícil de explicar doutor...Há muito que eu não vivo, quer dizer, vivo mas nunca nesse mundo.
Psiquiatra: Não entendi, minha cara.
Anna: Desde os 4 anos de idade que eu vivo em um mundo paralelo que eu mesma criei. Só que me refugiei tanto nele que, não consigo mais enxergar as barreiras entre o meu mundo e o que é real.
Psiquiatra: Ahh, sim. Mas fale-me mais sobre esse mundo.
Anna: Nele as coisas são menos dolorosas e eu posso pausar e voltar em várias cenas para, se quiser, concertar inúmeras vezes meus erros.
Psiquiatra: Você vive de forma abstrata, pois tem medo de sofrer, então, evita contato com os outros seres humanos. E a propósito, você sofre muito.

Os olhos ficam marejados de novo, só que dessa vez ela chora. O psiquiatra pega um lenço para ela enxugar as lágrimas.

Anna: Me desculpe. Doutor, diga-me, eu sou esquizofrênica, não é?
Psiquiatra: Não. A esquizofrenia não é evolutiva e, nem doente você está. Você tem uma personalidade muito esquiva e também é neurótica, só.
Anna: Está bem.
Psiquiatra: Você terá que fazer uma psicoterapia, para podermos te readaptar ao mundo em si.
Anna: Claro, adeus doutor.
Psiquiatra: Até logo, minha querida.

Eu não procurei fazer uma psicoterapia. Houve uma parte que eu cortei, na qual falava de um assunto que me fez chorar que nem Madalena arrependida. Esse assunto não o mencionei para não expor demais minhas emoções ( não tenho mais 13 anos, né). Infelizmente, a garotinha que lidava com suas emoções de forma tão sofrida e aberta se retraiu tanto, que não tem mais vontade de mostrar aonde dói e nem de se readaptar ao mundo.

Dienstag, Januar 02, 2007

Ano Novo: simples reflexo dos mesmos erros do ano velho

Heloísa, foi realmente tudo de ruim, cara amiga. Eu tenho que te agradecer e de joelhos, por ter me ajudado em minhas idéias psicóticas e esquizofrênicas. Repetindo os mesmos erros de sempre : um a um, sem um mínimo de amor-próprio que mereça ser salvo a ponto de não poder pensar mais em nada, absolutamente nada.
É assim: Uma garota atormentada pelos próprios fracassos fica algumas horas diante do pc, até que ela raciocina que não há nada para se fazer lá. Então, ela se alimenta da vida alheia, dia após dia, recolhendo cada informação. Para quê?! Eu não sei...
Essa ociosidade que me ocupa em todos os dias das férias me cansa. Talvez porque o meu vazio se faz mais presente ,e claro, mais visível. Bar, casa, bar. Por que eu fico tão ansiosa para as férias? Eu não tenho nada, vida é uma palavra alheia e não utilizável para mim. Meu Deus, se eu acumular gorduras no abdômen , tiver uma cara de porquinho e uma mentalidade de criança boazinha e obediente de 5 anos, você ainda me amaria?!
Garotas excluídas, malvadas e ambiciosas já saíram de moda, para minha infelicidade!