Sonntag, Februar 01, 2009

Eu não preciso parar de beber, eu preciso de verdades

Então o que insistia em incomodar não eram suas lembranças, mas as lembranças alheias. Como era possível sentir tanto por um córtex cerebral que nem era seu? Não é mais questão de não ter vivido, do "ciclo das coisas não acontecidas", como diria Baricco. Não é mais questão nenhuma. Talvez por isso incomode, talvez. Porque se não é nada, não tem como curar, amenizar.
A cidade está aqui, os bares não saíram do lugar e nem o meu fígado ( apesar dos anos tentando destroçá-lo). É tão vazio que ultrapassa os limites do vazio. É espaço grande, é denso mas não preenche. Que diferença faz se estou no álcool ou no crack, meu bem? Eu mo falo: nem isso irá ocupar algum espaço, preencher.
Com que direito você acha que pode falar que me ama? Tirou a Ana sóbria de mim e ficou com a doce. E ainda fica andando acompanhado pensando em quando poderá me falar coisas de amor. Injustiça. Contigo, com quem te acompanha. A dor é de uma grosseria tremenda, não aceitou nem um chá quando lhe ofereci. Mas como eu estava falando... Ciclo das coisas não acontecidas, não é mesmo? Que guarda o significado de tudo aquilo que é! - berra Baricco aqui da janela.

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