Samstag, Februar 21, 2009

Eu finjo tanto que vou além do fingimento

Só agora consigo compreender de um todo o que o Arthur quis me dizer com " você tem que admitir que está triste". Não era para eu me olhar no espelho, encarar mais uma vez o rosto macilento e já gasto por tanta maquiagem e dizer: " Estou triste, ok?"; ou ainda, não convencida de tal estado, berrar com imperatividade: " Você está triste sim, olhe bem!".
Era só para eu não levantar minha sobrancelha direita, era para eu não fazer o olhar de calma-desdém, era para eu não ter prendido as lágrimas de forma tão brusca que vazaram para dentro dos olhos e se perderam nas glândulas, secaram. Acontece que nunca secam. E se não é lágrima agora, será um sangramento profundo após a certeza de que continuamos vivendo sem o que nos mantinha vivos. Então, somos fantasmas do que um dia quisemos ser, do que um dia sonhamos. Talvez nem fantasmas, porque esses pelo menos vagam pelo infinito, enquanto nossos sonhos têm que ser esmagados por nós mesmos, para que possamos continuar, para que possamos ser a Ana, para que possamos escutar do melhor amigo: " você tem que admitir que está triste."
Chego agora do bar, nem ao menos tirei os brincos, as mãos anda estão cheirando a Lucky Strike. Aqui, de frente para todos, meus olhos pesam em desgraça, minha maquiagem borra. Meus braços já caíram há muito em cima do teclado, cansados do esforço de tentar não sei o quê. Canto: Estou doente de coração e é assim que as coisas são.

1 Kommentar:

Unknown hat gesagt…

Pra mim, não adianta vc ter o melhor emprego, a melhor vida, nada, sem um amor por perto. É o único lado que atrapalha todos os outros da vida. Mas viva intensamente enquanto não tem um amor ao seu lado. É ótimo, acredite. Só não é perfeito.
=*****