tag:blogger.com,1999:blog-229191182024-02-07T02:30:27.203-04:00TräumenAnahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.comBlogger285125tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-12587071039424260822013-07-26T07:51:00.003-04:002013-07-26T07:51:24.406-04:00Duesseldorf, 26 de julho de 2013 Longos tempos sem postagem se tornou um lugar comum nesse blog. A pobreza e preguica de comprar um pc para usar aqui persistem, mas vezemquando consigo acessar do pc do namorado ou do patrao, rs.<br />
Eu nao sei exatamente aonde parei, mas creio que o ultimo post foi de uma tristeza desesperadora que insistia em me assolar por aqui. Coisa do passado, ja estou digamos quase cem por cento acostumada com a cultura alema - apesar de muitas coisas ainda me irritarem profundamente -. Pelo que tudo indica mes que vem mudo meu visto e permaneco aqui mais 1 ano. Isso acalmou os animos, levando-se em conta que eu estava mais do que certa de precisar fazer mais uns 2 ou 3 niveis do curso aqui. O problema e que ja calejei tanto com o frio, calor, dureza, diferenca gritante de cultura, etc., que ja estava planejando em me deslocar sim, mas ainda dentro do velho continente. Suecia e Irlanda tem feito a minha cabeca absurdamente, apesar de eu ter uma faculdade para terminar ainda no Brasil.<br />
Ha umas duas semanas atras a Ju veio me visitar aqui. Foi um encontro maravilhoso que encorajou uma das piores ressacas que ja tive em vida! Rs. Teve tambem feijao, arroz e uma imitacao de couve que encontramos no Rewe. Alias fomos ate em uma quermesse aqui, pena que pela minha ressaca e falta de planejamento nao foi possivel visitar/fazer mais coisas. Mas vamos combinar que nao ha nada para visitar em Duesseldorf. Aqui nos temos o Reno, o Altstadt e lojas caras para os grandes empresarios e suas respectivas lerdas esposas.<br />
Amanha completo inacreditaveis 9 meses de namoro. E so Deus sabe o tamanho da paciencia - e grande amor- de ambos. Falando nisso, ele comeca os estudos em engenharia no semestre de inverno, me deixando toda orgulhosa! Ao menos um dos dois possui uma vida academica aqui, nao e mesmo? A verdade e que nao tenho muito do que reclamar: trabalho e estudo aqui, e ainda tenho sucesso nos dois, apesar do meu sotaque ser terrivel!<br />
No mais estou feliz com o verao quente e fresco daqui. Juntando as energias para outra batalha na Auslaenderbehoerde e se tudo der certo, mais tarde no proximo nivel do curso. Tem sido dias incriveis, me sinto grata. Agora e so planejar a proxima viagem que deve ser a Florenca para visitar a Flazinha que chega em terras italianas no proximo mes. Ate.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-22155695462686104112013-04-13T14:04:00.002-04:002013-04-13T14:04:27.016-04:00Düsseldorf, 13 de abril de 2012. Fiquei sem internet e passei a me calar. Doi menos assim. Passei a viver sozinha na grande Düsseldorf, um apartamento. Quarto, cozinha, banheiro. Uma janela pequenina, branca nas bordas com uma bela vista, no parapeito uma xicara de cafe que eu faco de cinzeiro. Muita beleza, como a que vejo todos os dias aqui, nunca sera suficiente para tratar um porco espinho do avesso, logo me machuco.<br />
Hoje foi assim. Pegando o trem vi um belo sol com ceu azul, nao esta mais congelando. Diante disso e da natureza florescendo ao meu redor, os meus olhos se encheram de uma tristeza profunda e comecaram a transbordar. Os outros passageiros se comoveram, entao todos ficamos muito tristes, talvez a pior viagem daquele trem.<br />
A solidao no velho mundo se multiplicou, tomou forma e cresceu de tal jeito que dispensou a amizade com a ausencia, comecou um relacionamento firme com a presenca e tem me destruido por dentro. Um pequenino de enormes olhos azuis e cachinhos loiros tem feito todos os dias curativos no meu cansaco e sofrimento, em troca eu o ensino a andar e pronunciar as primeiras palavras em alemao. As vezes, quando a tristeza e dupla, eu canto para ele em portugues e o rostinho delicado e rosado logo se ilumina agradecido.<br />
Ha promessas de uma viagem a uma ilha entre a Dinamarca e a Alemanha para o proximo mes, mas minha falta de lugar no universo e mais forte que qualquer excitacao sobre viagens e afins. Tenho vontade de caminhar, mas ainda nao sei para onde. Minha falta de lugar no mundo so aumenta. Enquanto isso mando cartoes aos amigos pelos lugares que passo, empesteados com a minha miseria pessoal, mas sem duvidas com muita saudade. Auf wiederschmerzen.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-72393546398291081202013-02-06T10:16:00.002-04:002013-02-06T10:16:49.061-04:00Weihnachten, Silvester und Amsterdan Com toda a licenca do mundo para compactar tudo em um post, visto que o nível de preguica tem sido maior que a quantidade de novidades por aqui. Entao, a fluencia no alemao anda batendo à minha porta. Foi assim: acordei e respondia aos meus amigos apenas em alemao. O "aham" virou "ja", o "claro" virou "natürlich" e o "tchau" virou "tchü" acompanhado de dois toques com o punho na mesa (isso é mania dos velhos dos pubs daqui que eu peguei, rs).<br />
O Natal foi imensamente lindo e cansativo. Fui para Erkelenz (cidade que fica há mais ou menos uma hora-uma hora e meia de Schiefbahn) encontrar a Paula e lá passar a noite com a Gastfamilie dela - que é um amor! -. Na Bahnhof entro apressadinha, porque confundi Busbahnhof com Bahnhof, recebi um "ZUG!!!" no ouvido do motorista do onibus (zug = trem) e tive que correr para pegar o trem. Nessa correria acabei nao conseguindo pagar o ticket e entrei assim mesmo, na cara dura. E é nessas horas que a sorte dá uma das maos a vida e comeca a brincadeira com a Ana, né? Pois é, um fiscal entrou no trem. No mesmo trem que a Ana tava, sem bilhete. Andou, andou. Olhou pro meu corredor e subiu as escadas. Minha estacao chegou e eu nem sabia como se respirava mais, rs. Antes da ceia fomos à igreja assistir a uma missa para criancas. Tao-tao gracinha! Atencao para o momento em que cantamos Stille Nacht (Noite Feliz); foi de uma beleza que comoveu e marcou, sem dúvidas, um de meus Natais por aqui.<br />
O Silvester conseguiu ser mais gracinha que o Natal. Estava já convencida de passar sozinha em casa, cozinhando alguma coisa e vendo uns fogos murchos pela vizinhanca, mas...eu tenho o melhor namorado do mundo, minha gente! Daqueles que dizem um nao sonoro aos amigos que estao te chamando para uma festa e vai cozinhar para a namorada e fazer declaracoes no ouvido dela na virada para 2013. Nao vou nem mais jogar na loteria, porque a sorte bateu o pé decidida dizendo qual das opcoes queria, rs. Dormimos. Bracos em bracos. Prontos para acordar em um novo ano.<br />
Amsterdan comecou com uma energia certa de pagar apenas 9 euros pela passagem e inacreditáveis duas horas de viagem. Fiquei pasma como em tao pouco tempo cruzei um território estrangeiro, e cruzei cheia de amor porque adoro a Holanda e sentia falta dos mil canais, croquetes e ruazinhas estreitas que tem por lá. A falta de escutar o idioma persistiu, pois em Amsterdan tem mais turista do que holandes: fato! Foi uma viagem de pouca festa e muita estadia na koffieshop. Para nao dizer que nao saímos: fomos a um clube muito esquisito no qual nao ficamos nem cinco minutos (nao, isso nao foi uma forca de expressao), devido a redoma de gente esquisita e clima bizarro que estava por lá. Também teve visita a casa da Anne Frank, que preencheu a parte cultural da viagem, já que minha pobreza nao permitiu pagar 17 euros para ir no museu do Van Gogh e do Rembrandt, fica para próxima, promessa. Duas fotos para fazer um pouquinho de ilustracao:<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSBj3CkvGG2E7zkr3D3wE9NglaAcm8Gq9ZkcWt6PBxWQt2Y4QQ5mM6AeD1YLWuDLko5shFA436R0WoDYAPc9W0eZwV8701bcOeGq2rOBr3YwGZlcByoSIh7TH88d2xpOCCFJenug/s1600/amsterdan3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSBj3CkvGG2E7zkr3D3wE9NglaAcm8Gq9ZkcWt6PBxWQt2Y4QQ5mM6AeD1YLWuDLko5shFA436R0WoDYAPc9W0eZwV8701bcOeGq2rOBr3YwGZlcByoSIh7TH88d2xpOCCFJenug/s320/amsterdan3.jpg" width="239" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Depois do almoco de domingo, as maos congelavam.</td></tr>
</tbody></table>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjRkIpUkipyLbY5nfCdqw0PWN9XQ9z1Ol_ASZ_ZnZoVA0yL4hNgAzqI2JSaf3I8cl2Hr8r5Kpc1upVtjvrQwB1QrZVLYPCtDGkvy64U0sroEnswAxUAvcG_M9qgmYYr9T-myct2g/s1600/Bilder+20102011+085.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjRkIpUkipyLbY5nfCdqw0PWN9XQ9z1Ol_ASZ_ZnZoVA0yL4hNgAzqI2JSaf3I8cl2Hr8r5Kpc1upVtjvrQwB1QrZVLYPCtDGkvy64U0sroEnswAxUAvcG_M9qgmYYr9T-myct2g/s320/Bilder+20102011+085.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casa da Anne Frank: entrada.</td></tr>
</tbody></table>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid3VX2oC_303DCVB5ntSiV53-gSvoivJlwhVKq4qVdZHT-cUdK2-zPQeRYV8WJMSda61n4dcXmZy-aP4CGqMP4w-tcrERZS_iae-mjXCEjZCyfsiAEZicX42Z6STuCsUh8TCeDrQ/s1600/Bilder+20102011+091.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid3VX2oC_303DCVB5ntSiV53-gSvoivJlwhVKq4qVdZHT-cUdK2-zPQeRYV8WJMSda61n4dcXmZy-aP4CGqMP4w-tcrERZS_iae-mjXCEjZCyfsiAEZicX42Z6STuCsUh8TCeDrQ/s320/Bilder+20102011+091.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Visao panoramica da ponte.</td></tr>
</tbody></table>
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Em marco mudo de lugar. Ninguem, nem ao menos eu, sei para onde vou me mover agora. Pode ser há 10 minutos daqui, pode ser para o sul, para a capital, para o leste, niemand weisst. Me sinto feliz por nao ter lugar fixo no mapa ainda e ter essa possibilidade, no grau mais literal dessa palavra. As saudades do Rio persistem. Ontem lembrei-bonito dos domingos em que a Ju sempre ia na minha casa assistir filmes. Era uma época de todo domingo nos encontrarmos com salgadinhos, biscoito, refrigerantes e dois dvds: um de drama e outro de terror. Lembrei desses domingos assim, em sépia, e a saudade abriu seus olhos imensos. Hoje é um dia de neve em Schiefban. De neve, chuva, céu cinza e céu azul.<br />
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<br />Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-8020751944743979272012-12-23T15:00:00.000-04:002012-12-23T15:02:49.838-04:00Vazio O título é mais pela falta de criatividade para um título decente do que por qualquer significancia maior. Estou lendo Baricco faminta. Nao, nao é um eufemismo. Acordei hoje meio sem saber muito se realmente tinha acordado, sabe-se lá o motivo mas meus olhos aqui permanecem constantemente embacados, nao só os olhos, o olhar também. Vai ver por isso eu nao posso sentar sossegada no pub e tomar minha cerveja-cor-marrom quieta. Enfim, nao comi nada o dia inteiro. Junto a fome somou-se a preguica: duas horas para se arrastar para um banho, mais duas horas para responder ao namorado. Sim, sim; eu e o G. estamos oficialmente juntos agora, e tenho que confessar que ele é a melhor dor de cabeca do mundo, rs. Vai entender, mas cada desentendimento que passo com ele nao move um milímetro sequer do meu amorzao, assim colorido, por ele.<br />
Lendo Baricco aqui me faz lembrar que eu abandonei cinicamente o meu Calvino "As cidades invisíveis" na minha estante no Brasil. Se eu pudese teria trago todos, palavra. Mas tive que cometer o sacrilégio de trazer apenas um Dostoiévski, um Cortázar, um Tchekhov e tres Bariccos. Tudo para tentar fazer minha adaptacao no Velho Mundo menos sofrida, ou quem sabe, fazer lembrar do quao as coisas sofridas podem ir soltando gominhos de beleza, às vezes até sem machucar.<br />
Pus o "Meat is Murder" dos Smiths para tocar agora, vai que combina com o domingo né? Hoje fiquei contrariadíssima na rua porque chovia fininho - mas molhava - e eu sem guarda-chuva: domingo, tudo fechado, um saco. Amanha será uma correria sem fim para comprar o presente da molecada correndo, voltar, pegar minha bolsa e partir para Erkelenz passar o Natal com a Paula. A ceia será no almoco e à noite festinha privada com uns amigos de Düsseldorf, ou quem sabe um clube, ou quem sabe só perambular com uma caneca de Glühwein pelo Altstadt.<br />
O próximo módulo do curso comeca dia 15 e eu mal posso esperar para seguir com os meus estudos de língua alema, apesar de sentir até agora que na verdade é uma revisao esclarecedora, nao uma aula. Coisa que a UFF passou longe de fazer por mim. E sinto que ao final disso tudo será decisivo. O problema, antes de tudo, nao é a falta de comunicacao, mas a impossibilidade de fazer os pontos baterem do "o que é pra mim nao é para voce" e assim sucessivamente. Deus tenha a bondade suficiente de me dar paciencia. E um pouco, assim, de coragem. Porque uma normalidade e má vontade passou bem perto por aqui, e combinada com a minha impulsividade nao é fácil de adivinhar o tamanho do estrago em tudo que se faz vivo perto de mim.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-74877659610525582052012-12-10T16:34:00.000-04:002012-12-12T15:20:01.733-04:00Neve<span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">"But if you fall asleep in the snow, you don’t feel death coming. Take care."</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;"><b>Paris Je´taime</b></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;"><b><br /></b></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;"><b><br /></b></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;"><b><br /></b></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;"> <span style="font-size: x-small;">Lembrando que no final do meu último post eu avisei que iria acontecer umas quarenta coisas na minha rota até München. Levantei cedo na sexta-feira, na verdade no mesmo horário cedo de sempre que sao os meus dias da semana aqui. Enquanto arrumava a Spühlmaschine vi que flocos pairava no ar e fluíam até o chao, grama, telhado...Era neve. Até aí tudo bem, afinal de contas eu tinha assistido nevar com os pequerruxos aqui, tudo certo; mas em cerca de quinze minutos eu teria que sair para a VHS.</span></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;"> E saí, os flocos caíam de maneira rápida e violenta, parei na metade do caminho observando que meu casaco estava coberto de neve, assim como a minha bolsa, e eu mal conseguia enxergar o caminho, pois ventava neve diretamente em meu rosto, o que tornava tudo frio e irritante. Parei na Trinkhalle para comprar meus cigarros (de Camel passei a fumar agora John Player) e o atendente me advertiu: seu casaco nao é bom para a neve, voce precisa de um melhor. Isso era um fato incontestável - a julgar pela minha aparencia de boneco de neve -, mas eu nao consigo entender como passei de boa com esse casaco em um inverno gelado no extremo norte da Holanda. Egal, em alguns dias meu casaco quentinho e com toda a protecao contra umidade-chuva-neve chega. Dei meia volta e voltei para casa, fiquei metade do dia emburrada por ter perdido aula por algo tao bobo como estar nevando. Mas dificuldade é dificuldade, nao é mesmo? E essa foi a minha dificuldade do dia.</span></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;"> Nisso a viagem para München comecou a desandar, até porque eu nao queria me arrastar até a Kirche com uma mala debaixo de neve para pegar o onibus, Para completar o motorista escreveu avisando que teve problemas no motor do carro, entao nada feito: viagem cancelada. Quem pulou de alegria com o fim repentino da viagem foi o G. que estava um pouquinho enciumado, rs. Enfim, no dia seguinte o vilarejo era só neve por todo canto e o mais legal: com sol. Entao o estresse foi diminindo e eu até fiz alguns registros da breve passagem de neve pelos lados de cá, uma fofura. Abaixo o G. na volta do supermercado:</span></span></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></span>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8lnhyNDdpcTY7EmHBBBJit7IvL6-leHt8Ny_IpNR9JBucdVE21LTMZiW8qpeQJ03QhJ86J1KjSVTY77hIkl9UJ4xakkxV9PPV5F19j2e4GJh2DUb-rQ8J696pRv82VGmf9Qbexw/s1600/Bilder+20102011+054.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8lnhyNDdpcTY7EmHBBBJit7IvL6-leHt8Ny_IpNR9JBucdVE21LTMZiW8qpeQJ03QhJ86J1KjSVTY77hIkl9UJ4xakkxV9PPV5F19j2e4GJh2DUb-rQ8J696pRv82VGmf9Qbexw/s320/Bilder+20102011+054.jpg" width="320" /></a></div>
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Lindao até o céu, levando meus dois packs de Becks lemon . Combinamos de fazer um boneco de neve no domingo, mas a chuva veio e com ela toda a neve se derreteu. Uma pena, já estava comecando a perder a birra da neve, mas pelo que vi, nos próximos dias irá nevar mais, entao o meu boneco de neve deve sair em breve! Domingo também foi dia de döner, pommes e stammtisch com o Ferdi. Antes brincar de <i>verstecken</i> com o Jannis, olha a fofura aprontando no meu quarto:</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiceegC_vTTVKp8kEbFFyOA4qe1getONsZfFskk6npjm5YDiLPLEIuyaJ-7q20O0zoZb6PwqvQel9DKLGTnN0S6l3oqI8Y1l_aG0hnLDU32Y297NIVMz9kyP4KbNECt_tmgGn2jQw/s1600/Bilder+20102011+051.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiceegC_vTTVKp8kEbFFyOA4qe1getONsZfFskk6npjm5YDiLPLEIuyaJ-7q20O0zoZb6PwqvQel9DKLGTnN0S6l3oqI8Y1l_aG0hnLDU32Y297NIVMz9kyP4KbNECt_tmgGn2jQw/s320/Bilder+20102011+051.jpg" width="320" /></a></div>
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Tudo aqui tem fluído para uma normalidade simples, mas isso de longe nao impede que eu fique saturada ou chateada ou simplesmente estressada com tudo e queira fazer sabe-se lá o que com a minha vida. Às vezes a vontade é de seguir um plano infinito de sempre cortar caminhos e cruzar esquinas que nao se batam mais; às vezes a vontade de deixar nao só as pegadas na estrada, mas fazer de algum canto um lar me aparece em mente de novo. Mas ainda é cedo e doloroso tentar esbocar qualquer tipo de plano que nao seja no ambito profissional. De qualquer maneira, nao me vem vontade alguma de encerrar qualquer tipo de ciclo, deixo agora a vida trabalhar sozinha.</div>
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<span style="color: #333333; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></span>Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-49908643784349771062012-12-06T15:30:00.001-04:002012-12-06T15:33:03.943-04:00Schlafzimmer, 6 de dezembro de 2012.Grüße Ihnen!<br />
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Escrevo novamente do meu quarto, me empaturrando de cookies e chocolates. Completei dois meses de Alemanha no último dia 20 e me assustou muito como as semanas aqui se encurtam com a chegada do inverno. Por falar em inverno, no último sábado passei a experiencia fofura de assistir junto com os meninos o primeiro dia de neve da cidade, e foi logo no sábado do advento. Foi lindo, e o melhor: estava em casa e nao passei frio, rs.<br />
Ontem a noite conseguiu se superar no que se diz respeito à felicidade. Eu fico realmente surpresa - e de uma forma que em paradigma sintagma nenhum caberia - sobre como a cada dia que passa, mesmo depois de discussoes estratosféricas, nós conseguimos nos gostar ainda mais e ser mais felizes ainda um com o outro. Por isso digo: nao há lindeza maior no mundo maior que a sua, e todo seu cuidado comigo, e toda a sua dedicacao, e aquela lista imensa de qualidades que eu nunca imaginaria encontrar em alguém (a julgar pelo fato que atravessei o oceano, até que saiu em conta).Os dias nunca mais serao tao cinzas...<br />
Amanha vou de mitfahrgelegenheit (carona) para München visitar finalmente o Alex. Depois de dois anos de amizade e uma promessa - que parecia furada! - de dar um oi pessoalmente na Baviera, acho que nada mais justo do que viajar algumas poucas horas e tomar aquela cervejinha esperta lá para os lados do sul. Quem sabe conversar um pouco em bayrisch ao invés de hochdeutsch (nao mesmo, hein). Mas tou super animada, pena que o cansaco dos dias - acordar cedo, dormir pouco, ir para o curso, estudar, ler, brincar com as criancas - nao estao me deixando arrumar de uma vez minha pequena mala de viagem. Um medo de rolar a mesma coisa que na viagem para Köln e eu perder minha carona para München; que umas quarenta e tantas coisas vao acontecer no meu caminho até lá nao é novidade, entao aguardem meu próximo post.<br />
Tem sido cada vez mais difícil escrever enquanto espero o onibus ou no caminho de algo. Meus dedos ficam para congelar e escrever de luvas vai dar pinta de Parkinson, mas prometo me esforcar mais; afinal de contas é bem mais legal aquela sensacao ao vivo que eu tento passar para voces. Guten Abend!<br />
Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-42867392962526314882012-11-10T14:01:00.000-04:002012-11-10T14:01:29.756-04:00Atualizando II. Escrevo recém saída de um banho frio. Aliás foi um semi-banho a julgar pelo inverno que anda dando as caras por aqui. No espaco de uma semana muita coisa aconteceu, e foram coisas boas. A verdade é que cada dia eu me integro mais aqui, isso foi difícil - como toda tentativa de adaptacao - mas natural. Sendo mais clara e objetiva: estou feliz. E com toda a licenca do mundo (nunca escrevi palavrao neste blog), pra caralho.<br />
Claro que a felicidade tem nome, mas nao se baseia só nele. Comecei o curso de alemao e estou achando simples, talvez eu deveria ter me matriculado em um nível mais avancado, mas eu preciso de vocabulário, nao é mesmo? Ain, péra, deixa eu me ajeitar aqui na cama. Pronto. Entao, o domingo passado produziu uma segunda-feira muito triste e desnecessária, resultado: conversa em família. Como é bom pedir desculpas, minha gente! Como é bom simplesmente querer consertar as coisas, e só a tentativa já acalma o coracao. Assim a semana seguiu com muito cansaco - mas um cansaco bom, vejam bem - e com um lindo prato de Bratwurst com batatas fritas e muita maionese, rs.<br />
A atencao agora vai para o sistema de transporte alemao: me deixa completamente maluca. Para voces terem uma ideia quase me perdi de novo ontem na volta do curso. Mas algo brilhante: meu boleto pago do curso serve de passagem! Um onibus e um trem, mas é um caminho curto e simples, o problema é que para voce se movimentar por aqui seguem uma lista de conexoes intermináveis onibus-trem que dá um pouco nos nervos. O negócio aqui é dirigir!<br />
Vamos à fofoca: nao vou postar nomes aqui, mas vou contar os fatos (ao menos superficialmente). Ele é lindo. Demais. Estar com o G. é correr e pular no colo dele quando nos encontramos, trocar beijos e bobagens no ponto de onibus por 15 minutos (sim, ele sai de casa só para me levar no ponto quando eu saio com as outras meninas), fazer brincadeiras tolas enquanto estamos deitados assistindo tv, olhar durante horas nos olhos depois do sexo, receber um beijo na testa e nos ombros de repente, ser carregada na bicicleta no meio da madrugada por toda a cidade rindo alto, ver ele preparar o jantar e malandramente por um jarrinho com flores no centro da mesa, assistir ele comer rápido, nao ter vergonha de falar de boca cheia, ser abracada por trás até chegar no sofá da sala, escutar ele perguntando de cinco em cinco minutos se está tudo bem. É ele sair correndo da boate pra te encontrar só porque voce esta na mesma cidade, é ele fazer o maior esforco do mundo para tentar dizer alguma coisa interessante na sms. É, enfim, ser feliz.<br />
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Um abraco bem apertado em todos.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-71460571767904834382012-10-31T07:04:00.000-04:002012-10-31T07:04:50.893-04:00Atualizando. Entao, hoje é daqueles dias legais em que eu tenho o tempo quase todo só para mim, mas o máximo que consegui fazer foi lavar algumas roupas. Sem qualquer tipo de chance - é porque houveram tentativas - de arrumar meu quarto e limpar o banheiro. Nao quero nem pensar no esforco sobrenatural que farei para ir lá fora por as garrafas de vidro na reciclagem; e faz um dia absurdamente lindo lá fora, com direito a sol, céu azul e apenas 9 graus na temperatura. O problema é que hoje eu acordei no Brasil. Nem lembro o que ou com quem sonhei, mas o fato é que hoje eu estou no Brasil. Às vezes parece que a alma resiste aqui e fica eternamente presa lá em Barajas (Madrid) onde fiz a conexao para chegar na Alemanha.<br />
Estou sozinha em casa e nao quero cozinhar e nem aproveitar o sol na sala e nem escapar sorrateiramente para o parque aqui perto para fumar meu Camel, nada disso. E nao é tristeza ou homesick, até porque eu estou cada dia melhor por aqui. A cultura já nao me pesa tanto, o frio já é amenizado com um bom agasalhamento (e checar sempre a temperatura antes de sair de casa, claro!), e até que - depois de sair com quase metade da Nordrhein Westfalen - eu estou conhecendo alguem super legal e o melhor: desencanada.<br />
Aproveitando quero compartilhar aqui a diferenca gritante sobre como é sair com um europeu, rs. Eles se portam como verdadeiros cavalheiros mas sem perder a masculinidade, ao menos com o G. tem sido assim. Outra coisa legal é o leque de opcoes que eles nos dao (a maioria, porque o primeiro rapaz com quem eu saí aqui era um verdadeiro pulha), perguntando o que voce gostaria de fazer. Por exemplo na sms que recebi: "Ah Ana, nós podemos nadar, ir ao cinema, escalar, jogar boliche..." - Achei fofura, confesso. Estava tao de saco cheio da vibe um barzinho e um violao que eu estava vivenciando no Rio, viu. Nem dava mais a mínima para qualquer olhada esperta advinda da mesa ao lado, rs.<br />
Situando todo mundo que le: eu vi o Sven só mais uma vez e nem deu em nada, além de uma conversa frouxa e um climao. Quanto ao ex-soldado alemao, o Ferdi me avisou que ele é um tipo de estelionatário e por isso foi expulso do exército - olha só a minha vibe errada agindo!-. Entao despretensiosamente conheci o G. Foi assim: eu estava saindo com uma amiga para Düsseldorf, mas antes ela queria passar na casa do G. (amigo dela de longa data) para buscar umas coisas e beber uma cerveja, e fomos...Achei ele tao fofura que logo pegamos contato, saímos dois dias depois e ontem. Só alegrias e boas risadas.<br />
No mais já estou matriculada no curso de alemao em Kaarst. Fiquei surpresa com os elogios da diretora ao meu teste de nível (deu realmente o nível B1). Comeco na próxima terca-feira. E com o passar dos dias e das preguicas vem em todos eles meu aniversário de 23 anos. Credo, viu.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-17609725972014663932012-10-26T05:37:00.001-04:002012-10-26T08:01:06.460-04:00Viersen, 25 de outubro de 2012. God bless Germany!, finalmente achei um apanhado de lojas com precos acessíveis para o meu bolso, que aqui é independente. Olha a felicidade da moca ao comprar um cardigan quentinho e muitas leggings por apenas doze euros, isso mesmo! E ainda comprei uns cacarecos para o curso de alemao. A Volkshochschule, aliás, é a minha próxima parada.<br />
A entrevista no departamento de estrangeiros foi simples. Em tres semanas eu recebo meu RG alemao, ow lindeza! É ótimo demais ir se acostumando aqui; aquele sentimento de sossego e vitória de achar tudo, resolver tudo por conta própria. Claro que meus amigos alemaes tem feito de tudo para me ajudar, ao que vou ser eternamente grata, e nao mais guardar uma mágoa bem ranzinza como eu achei que fosse ter daqui nas primeiras semanas.<br />
O próximo passo é pedir meu Monatskarte, uma espécie de Riocard daqui. Como nao sou eu quem pago, meu salário irá render mais (a passagem aqui é absurdamente cara!), daí vou poder preparar melhor meu enxoval de inverno, que promete ser rigoroso! O pessoal do ponto de onibus deve estar achando a maior trela a carioca aqui toda de rosa, com uma caneta de sorvete na mao e escrevendo num caderno que tem na capa a Audrey Hepburn em<i> Bonequinha de Luxo</i>. O caderno e a caneta foram presentes da Dressa, inclusive.<br />
O dia aqui está lindo, mas é um lindo Ana: cinzento, nevoento e árvores quase carecas. Em poucos minutos o onibus chega, e lá vou eu fazer minha matrícula e depois comer um enorme e delicioso kebap. Com pommes frites, bitte!Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-85007204090918857282012-10-17T09:55:00.000-04:002012-10-17T09:55:21.933-04:00Schiefbahn, 17 de outubro de 2012. Milagre de ressurreicao do terceiro dia eu estar escrevendo de casa (mais especificadamente meu quarto), nao? Pois é, a fase da afirmacao em um lugar, a época de travar conhecimento já foi, resumindo: já encontrei uma brasileira aqui no vilarejo (nao, eu nao era a única relíquia latino-americana aqui, humpf!). Também depois do vomito ferino da dona Carminha aqui sobre mim resolvi desacelerar.<br />
Entao lá vai a dica da Ana: lidar com a cultura de outro país nao é fácil. Com a de um país com um passado nazista menos ainda. O mau hálito da xenofobia às vezes me é insuportável; e a vontade de por a mochila nas costas e me mandar de volta para os simpáticos e abertos holandeses só aumenta. Mas tenho que reforcar meu alemao, ir para Tübingen depois de um ano aqui, ficar mais um ano lá e voltar para o tao amado (nem tanto?) Brasil.<br />
O problema é que na semana passada minha cabeca deu um nó e eu meio que me perdi no que tenho que fazer aqui. Nada que uma boa noite de sono e um pontinho assim de sensatez nao resolvesse! Ah, parei definitivamente de sair com o D. Cacoetes esquisitos e fingimento de que está só com cartao para justificar pao durisse e dividir a conta nao é lá um atrativo para mim. O Sven sumiu (o Sven loiro-alto-lindo, nao o sobrinho de cinco anos do Paul, hein gente!), deve ter tido problemas suficientes em casa depois da nossa última noite - e manha!- juntos. Agora divido meu café, meus cigarros e um pouquinho do meu humor com um ex-soldado alemao que morava em Londres. Uma graca, lindo lindo e o mais importante: gentil.<br />
Por enquanto a vida está assim, um breve suspiro de cansaco para cada hora que me dou conta de que nao há luz solar no meu quarto (e eu achando que isso nao seria um problema, rs...); outras vezes um suspiro de satisfacao quando caminho pelas tardes aqui, ou quando pego o trem, ou ainda: quando percebo que há em mim forca o bastante para insistir e que a beleza daqui - tao vasta - irá me ajudar facilmente. E nao é ela, por acaso, que salvará o mundo?<br />
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Ana.<br />
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P.S.: Ditta, seu cartao postal vai sair! Me de só um prazo maior porque nesse vilarejo nao encontro nada (da última vez tive que andar alguns quilometros para achar um pente - nao tinha, entao levei uma escova mesmo rs).Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-74111878357214293202012-10-11T10:57:00.002-04:002012-11-21T18:18:29.905-04:00Krefeld, 11 de outubro de 2012. Tenho amanhecido em dias frios, mas ensolarados. Hoje o Jannis veio correndo em direcao ao meu quarto (Ana! Ana!) com uma folha de papel: me chamou para ir ao zoológico com ele. Fiquei pululante com meu primeiro passeio em família, nao gostaria de ficar para sempre na rota quarto-pub-do-Fred.<br />
O zoológico de Krefeld é um lugar maravilhoso. Foi harmonico demais o dia ensolarado, os animais (nada de grades ou jaulas) e caminhar por toda aquela flora outonal. As coisas aqui nao estao fáceis, ainda nao sei quem sou e sinceramente às vezes esqueco o que vim fazer aqui. Uma sensacao louca de estar perdida e meio que vagabundeando pelo mundao. Provavelmente comeco a Volkshochschule mes que vem. Mas voltando ao zoológico: quando abri uma porta me deparei com uma estufa aquecida e centenas de borboletas, de todas as combinacoes de cores possíveis, voavam ao redor de meus cabelos. Esse é um dos momentos da minha estadia aqui que vao ficar eternamente guardados, por amansarem a violencia de se estar longe.<br />
Cada canto que olho aqui faz um rasgo de uma beleza profunda em alguma parte de mim. E fico feliz; e a homesick cresce os pés e some. O próximo post provavelmente será de Düsseldorf. Nada de badalacao, apenas vou passar o dia lá comprando alguns artigos para o inverno, e by the way, preciso de botas novas. Lembrando que esqueci meu cachecol preto em um quarto de hotel em Willich, rs. Ah, meus queridos!, a Alemanha anda moldando uma nova Ana, nem sempre de forma piedosa.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-25070778388189644882012-10-09T05:10:00.000-04:002012-10-09T05:10:47.486-04:00Köln, 30 de setembro de 2012. A minha saga até a mitfahrgelegenheit obviamente nao foi concluída. Perdi minha carona, com direito a ligacoes do Herr Kramer perguntando o que estava rolando para eu ter que desmarcar etc. E ainda se virou num ingles super polido, visto que na linha havia uma Ana completamente perturbada e impossibilitada de falar alemao, rs.<br />
Como nem tudo é confusao nessa vida e a gente tem pausa para descanso, eu cheguei com folga de horário na Köln Hauptbahnhof. Mal saio da estacao e me deparo com uma catedral gigantesca. Tento olhar para as pontas das torres e sou arrebatada com uma espécie de space dementia bem das violentas. Quanta imensidao. Quanta beleza.E brasileiros chegando! Logo encontrei minha turma e daí em diante foi banho, turismo, fotos, chacoalhar a bandeira do Brasil na cara dos alemaes e umas 372 igrejas, rs. Em uma delas havia um coro de freiras que entonavam como verdadeiros anjos. Curti Köln; ao menos pelas catedrais ternurinhas, religiao católica e óbvio: o Rio Reno. Ele está por toda parte e vezemquando paramos num café à beira, fumando nossos cigarros e cantamos <i>you know what you are, you gonna be a star...</i><br />
<i> </i>Agitei as meninas para garantirmos nossa cervejinha esperta na parte da noite. Oras!, minha primeira reuniao! Tinha que mostrar logo o jeitao carioca de ser (engracado isso, essa nacionalidade, esse orgulho que cresce na gente quando estamos do lado de cá); entao partimos para um simpático pub irlandes. Ao contrário dos pubs irlandeses no Rio, no de Köln realmente havia irlandeses. E um grupo de ingleses que mal nos deixaram pedir a primeira deliciosa Guiness e já foram comecando uma conversa. Resultado: aquela mesa metade samba, metade Beatles. E um John muito bebum cantando Oasis comigo. E um romance bem fofura com um charmoso professor ingles, né Paula? rs.<br />
A volta foi conturbada, mas domingo de manha fomos dar um passeio na cidade de Beethoven: Bonn. Bem pequetita e, claro, cheirava a aristocracia. Querendo garantir mais uma cervejinha esperta para fechar o passeio, acabamos tendo problemas com a bagagem. De tanto estourarem nossa paciencia, largamos as bagagens lá mesmo e fomos dar o último Prosit! - saúde em alemao - no mesmo pub. Acabei tendo uma conversa mega descontraída com um irlandes que vive em Köln há alguns anos. Cozinheiro, barba ruiva, aquele nariz enorme e bem torto (!); se continuar assim vou me mudar de mala e alma pros lados da Gra Bretanha, hein, pessoas. Só uma coisa a dizer: recomendo.<br />
No mais, recuperamos nossas malas e partimos num trem para nossas respectivas cidades. Eu nao consegui chegar tao facilmente porque moro quase numa aldeia indígena - vilarejo MESMO!-, entao peguei um táxi. O cansaco das viagens continua e eu ainda nao sei quando minha essencia chegará aqui. De qualquer forma, o corpo já está.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-33957026626373574012012-10-01T06:31:00.001-04:002012-10-01T06:37:01.899-04:00Düsseldorf, 29. september 2012. É, fui lapear em Düsseldorf lindamente e estou quase perdendo minha carona para Köln. Brasilidades na Alemanha. Ainda bem que com um pouquinho de humor e cariocagem o D. achou engracado. A impressao que tenho é de todos torcendo por mim. Vai, Ana! Pega logo esse onibus para Krefeld!<br />
Tenho urgentemente que estar na Krefeld Hauptbahnhof e só chegarei 11:00h em Schiefbahn. Conto com a minha cariocagem agora. Primeira vez de trem. Hora de comecar a rezar por motivos de: estar atrasada, dormi fora e nao arrumei a mala. Tá que só eu nao estou achando o atraso engracado. 10:42h , hora de comecar a rezar, ajoelhar no meio do trem e tudo o mais, se eu por um pano na cabeca nao vai parecer tao estranho (a julgar a quantidade de islamicos aqui). Dar com a testa no chao para ver se Herr Kramer nao se emputece com meu atraso. Se o trem para Köln atrasa eu chego lá nao tao linda assim, mas meio que há tempo. Será que o trem já chegou em Kaarst? Eu devia ter feito a minha mala...<br />
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Ana.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-33449638889205522532012-09-24T08:18:00.001-04:002012-09-24T08:18:56.107-04:00Willich, 23 de setembro de 2012. Cheguei, e junto comigo trouxe uma alergia enorme que peguei no ar seco do aviao. Para melhorar tudo o ar daqui também é seco. Se eu já sabia disso? Claro, foram muitas noites de péssimas respiracoes e nariz sangrando na Holanda, do jeito que o meu nariz está sinto é falta de quando ele só sangrava.<br />
A cidade é linda e eu já tenho meu canto favorito: o Gartenbier. É lá que acendo o meu Camel depois de sentar satisfeita no banco de madeira, em frente ao escorregador vermelho (ao lado muitas árvores repletas de esquilos).<br />
Ontem fui à Düsseldorf e aquilo lá é muito Niterói. Nao sei se é pelo número absurdo de chineses, adolescentes querendo impressionar com roupa-cabelos esquisitos, ou ainda, a estrutura incrivelmente comercial daquele lugar. No mais o povo é super educado e solícito. Minhas aquisicoes de lá: um chip para o celular e duas cervejas espanholas (sim, estou na Alemanha e ainda nao bebi cerveja alema, rs).<br />
O meu quarto aqui é belíssimo. Como é no porao, tem todo um ar de bunker refinado; daí eu posso escolher entre ficar esparramada na cama gigante, assistir um pouco de tv alema, ou ficar no sofá lendo um dos livros que trouxe. Sem comentários para o meu banheiro com a melhor ducha do mundo e uma sauna.<br />
Como o meu nariz nao está me dando paz desde que cheguei, vou dar uma caminhada para ver se a respiracao melhora.<br />
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Ana.<br />
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P.S.: Essa semana fui ao supermercado com o Jannis, e num momento de distracao eu o chamei de Sven. Nesse instante eu foquei no rosto dele: tao pálido e com cabelos tao loiros! Seria uma situacao engracada, mas é aquele momento em que a cicatriz aparece ardendo, voce a olha, e descobre, relembra, como ela foi feita, como dolorosamente ela se desenhou ali.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-64510215541109660832012-09-22T04:11:00.000-04:002012-09-22T04:11:02.740-04:00Madrid, 20 de setembro de 2012. Acabo de chegar em Barajas. Foi o voo mais rápido e confortável até agora. Apesar da imigracao daqui ser mais-que-fofa-ternurinha, odiei o lugar. Nao sei se foi pelo orelhao que me engoliu uma moeda de dois euros ou se foi mesmo mágoa por nao saber mexer naquilo.<br />
Madrid é ensolarada. Quando o aviao se aproxima da cidade, voce pensa que está chegando em Niterói, quando o aviao chega voce tem certeza. Os espanhóis sao muito educados, mas com ares de soberbos, parecem até que esqueceram que estao falidos. Corrigem meu portugues como se soubessem portugues, ou ainda, como se a língua portuguesa fosse um dialeto mínimo - primo paupérrimo - do espanhol.<br />
Meu voo para Düsseldorf sai em tres horas e eu preciso fumar. Rodei, rodei: nada de fumódromos, e para completar passei um pacote de cigarros para uma espanhola no caixa (para quem advém de fora da UE é mais barato) e estou com medo de barrarem a compra de um macinho simples de Camel, ótimo nao?!<br />
É isso, vou checar meu embarque para Düsseldorf, nao quero correr o risco de ficar horas a mais na tediosa-ensolarada Madrid.<br />
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Ana.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-19562696475639472992012-04-15T12:09:00.002-04:002012-04-15T12:29:45.935-04:00D'o encontro marcado<span style="font-size:85%;"><em>Deixe-me ir ver o sonho, a velocidade, o milagre,</em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>não me detenha com um olhar triste, esta noite</em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>deixe-me viver lá longe, à beira do mundo,</em></span><br /><span style="font-size:85%;"><em>apenas esta noite, depois voltarei.</em></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"><strong><em>[Esta História, A. Baricco; p.10]</em></strong></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /> Ela já estava a caminho. Desespero e aflições loucos daqueles que acometem quando cravamos os pés no ponto de partida, contando nos dedos se o caminho vai ser longo, observando se as pernas dariam um passo realmente largo até onde se quer ir. Tudo isso demorou dentro da mágoa daquele trânsito tão intenso, do descaso do motorista explicando que ela havia tomado a condução errada e que pelamordedeus! não era o fim do mundo, ficaria perto de lá, se os santos assim o quisessem.<br /> A outra já estava lá. Junto com o outro. Ambos se banhando em cerveja e na mesma espera incansável que ela. Risos e histórias em comum de dez anos de espera, que mais parecia ontem, que mais parecia que a longa amizade entre o tempo que se conheceram até o tempo em que se encontraram não parecia uma linha tão basta, mas um descansar louvável do tempo, amortecendo qualquer tentativa de esforço vital.<br /> Ela cruzou ruas, pra lá, pra cá, aimeudeus onde fica isso? Cigarro na boca depois da extensa viagem, vontade de chegar, de alongar as pernas, de sentar, de quebrar as emoções dos cumprimentos direto para o copo de chopp e acabar logo com isso. E chegou. A outra pôs-se de pé, sorriso imenso, aonde é que você estava?!, vem cá, me dá um abraço. O outro já estava de pé há tempos e atrás; sorriso brilhante, olhos piscando, como você demorou! Ah, conversas... tratando o passado tão sonhado e lúdico como uma abreviação e discutindo agruras do presente. Logo, as maldades do futuro. Uma noite que ele não queria que terminasse no até logo, visto tamanha felicidade de se descobrirem juntos e a possibilidade de lhe abrirem um horizonte melhor, depois de tanto tempo de mais do mesmo.<br /> Ela contava os quartos de hora. A outra também. Ele estava bêbado. Elas inspiravam uma pressa absurda dessas que vem com a sobriedade. Ele queria esboçar o horizonte de que haviam lhe falado há pouco a partir desse mesmo dia, se possível naquela hora. Caminharam nas ruas com a insistência dele ecoando nos ouvidos. Elas foram, ele ficou. O até logo saiu numa voz que mal se ouviu. E dentro desse meio esteve a certeza de um vício que estava ali, não só entre eles, mas em muitos outros. Um vício franco, que não destrói, nem machuca.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-11175762012289490792011-07-17T17:12:00.003-04:002011-07-19T13:10:55.049-04:00Cute!<div><em>- Oh, your mom in the room, blech!</em></div><div><em>- You hate my mom,not?</em></div><div><em>- Not, I love her. She gaves birth to you.</em></div>Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-74387891587850482032011-03-26T20:20:00.003-04:002011-03-26T20:27:38.390-04:00Tormento<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf5Q8Sjw3DgHWiIwflRCeUAsM2pyAGvVsXnIhEvuzyhavcDKiJPkrzPyp0lAedmlvtPvCYFzO9pAUy9RF5MrlJsrYJTx7b6TzUQGhFt3TSi_pKmDZ8KBKbPgsmOUuQErymFmujHA/s1600/whisky.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 215px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5588548204422462242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf5Q8Sjw3DgHWiIwflRCeUAsM2pyAGvVsXnIhEvuzyhavcDKiJPkrzPyp0lAedmlvtPvCYFzO9pAUy9RF5MrlJsrYJTx7b6TzUQGhFt3TSi_pKmDZ8KBKbPgsmOUuQErymFmujHA/s320/whisky.bmp" /></a><br /><br /> <span style="font-size:85%;">Den würd ich aber nicht mehr mit ins Bett nehmen. Der ist doch schon ganz kalt.</span><br /><span style="font-size:85%;"> Heut morgen war er ganz warm.</span><br /><span style="font-size:85%;"> Das ist deine Wärme, nicht seine.</span><br /><span style="font-size:85%;"> Na und?</span><br /><span style="font-size:85%;"> <em> Verstehst du denn nicht: Er ist tot.</em></span><br /><br /> [Schnurre]Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-37894378635927436512011-02-17T16:54:00.002-04:002011-02-17T17:09:11.816-04:00Het spijt me II<span style="font-size:78%;">"A quem confiar minha tristeza?"</span><br /><br /><span style="font-size:78%;">[Trecho de uma das canções da Igreja Russa]</span><br /><br /><br /><br /><br /><br /> Ainda foge de minha comprensão o porquê do desculpa ou sinto muito soarem palavrões e ofensas proferidos por mim. Daí a facilidade de pedir desculpas, tentar tentar repetir até que soem como devem ser e que melhore a dor, insatisfação, que salve algum pedaço de mim ainda não esmigalhado.<br /><br /> Talvez a miséria seja uma roupa que combine muito com meu tom de pele. Um sinto muito com o nariz vermelho e olhos marejados devem ser muito bonitos de se verem em mim. Não sei.Nunca o quis também. E aí vem a inércia da própria situação, a preguiça da circunloquicidade dos passos que nunca serão passos e não por falta de esforço. Parar de engatinhar, começar a andar, logo correr, cansar, cortar as próprias pernas para transfigurar a maldade em pedaços pequenos da própria carne para tentar entender. Não entender, cansar de perguntar entre soluços "por que?", ver que há muito a ser feito mas ver também que é mais bonito ficar assim, parada, soluçando, nariz vermelho, sem pernas, olhos completamente perdidos; apenas um mito superestimado.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-72957528001278464452011-01-19T10:40:00.003-04:002011-01-19T10:59:34.621-04:00Graça!Depois de cervejas o Paul resolveu aprender uma frase ou outra em português; claro que minha noção de nível de importância é por toda débil e deu no que deu, rs :<br /><br /><br /><p><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzNiVLRe8LnPyOAm0Ut4R9nxrsLceCA6g4l8T0BtCwu1BsuF4XXIqY5iQttvdwFoVlHEzm17Yfh5Xc' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></p><p> </p><p> Depois ele resolveu me filmar tragando. Fetiche por fumantes? Prova criminal de que estou fumando em local fechado? Não sei, mas até que ficou legal :</p><p> </p><p> </p><p> </p><p><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwWvD2zo2p8LjE9B1pNuutZr_W6ji70ZPs9sCG-glqw5GMv4IsS3Vy522QQ9B1kZAghjJL5hG6v5Yo' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></p><p> </p><p> </p><p>Tot straks.</p>Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-67858070848065611082011-01-16T09:49:00.002-04:002011-01-16T09:56:00.705-04:00Het spijt meDe todos os nossos problemas o principal está comigo: não saber o significado, a importância da espera. Resquícios de minha adolescência talvez, medo de ver escorrer entre os dedos todas as possibilidades, mania de tentar sempre brincar cruelmente com o tempo, envolvê-lo com as mãos, brincar de lego, brincar de deus. E isso tem se tornado como um câncer em mim, e mal sei diferenciar amor de sinto muito por te amar tanto e machucar tanto nunca querendo machucar. Se sentir a última da fila para poder requerer seu abraço. Mas hoje temos um azul profundo de céu, querendo colorir todos os cantos, querendo nos dar uma trégua, desculpas sinceras da vida.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-11912694680718439202010-12-30T18:18:00.005-04:002011-01-15T12:18:56.585-04:00O Ritual do Eterno III<span style="font-size:85%;"><span style="FONT-STYLE: italic">"- Ela era piedosa, mas - quem pode saber? - o coração alheio é floresta espessa!"</span><br /><span style="FONT-STYLE: italic">[ "A dama do cachorrinho e outros contos" - Tchekhov].<br /><br /><br /></span></span><br /><br />A vida sempre lhe fora engraçada, sempre corria para longe dela e agora, veja bem!, crescia dentro dela. Não houve expectativas desde o começo, tudo o mais mecânico possível; como naquele dia da igreja: fazer o que tem que ser feito por pior que se possa fazer ou não fazer. Papai morreu assim. Saiu mais uma vez para sua branquinha, os pés já podres e quando se viu não sabiam nem como iam enterrá-lo. Mamãe ficaria muito sentida se visse.<br />O ventre de uma brancura pura esticando a cada dia que esgotava, os cigarros rareando, o álcool desaparecido. Era preciso conversar sério com a vida dessa vez, um começo dela estava por vir, era preciso ajuda. Num daqueles finais de tardes demasiadamente ensolarados ele a viu: vestido florido comprido deixando óbvia a barriga, secando o suor do rostinho branco - agora ainda mais angelical -, tentou fingir estar observando a vitrine, mas logo ela o viu com uma expressão de desespero, como se pedisse perdão pelo ventre inchado.<br /><br />- Eu sinto muito.<br />- Está tudo bem agora, querido. Preocupa não.<br /><br />Sinal de afirmativo com a cabeça. Para a paternidade, para saber se estava tudo bem, se morava no mesmo lugar. Custava-lhe muito fazer o choro, a indignação presos na garganta descerem, caminhar sozinha todo aquele tempo lhe pareceu fácil, mas ver diante dos olhos o quanto tudo custou tão caro, o quão uma mão, um abraço, um eu te amo seriam bem melhores do que aqueles muros de silêncio fizeram falta pesava no coração. Daí veio o medo, sensações ruins e adjacências; era uma dor mas era um presente tê-lo lá. Ele sempre com seu rancor nos bolsos, talvez por isso sempre andasse com as mãos nos bolsos -, pronto para inundar o mundo com a sua dor milimetricamente articulada para ser vivida. Era a única pessoa que usava a dor para viver e não como conseqüência de algo. E o seu ventre, assim, tão grande e tão frágil ao mesmo tempo pedia socorro e pedia pelo pai em um mesmo segundo. Já não havia mais o que fazer: a mesma mão que vivia imersa no bolso cheio de rancor agora acariciava aquela barriga envolta em pano florido.<br /><br />- Eu amo você e o nosso pequeno.<br /><br />Agora o beijo nos lábios que antes tinham um leve aroma de tabaco tem aroma de chá de flores. Abraço delicado para não machucar o nenê. Ele não fazia idéia do que ia fazer com o aro dourado em seu dedo; também não o preocupava muito. Estava envolvido por uma emoção flutuante de que todas as coisas são pintadas com cores leves e um pouco borradas para dar a impressão de continuidade. Era preciso tomar decisões, era preciso cuidar. Era preciso deixar o papel de pernas andantes que sempre vão embora orgulhosas e ficar. E talvez nunca mais expremer coração alheio para dar cor aos rancores.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-19605893019135334632010-12-05T09:51:00.003-04:002010-12-05T10:06:55.591-04:00Ah, não vá de novo!<span style="font-size:85%;">"Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho -com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti."</span><br /><span style="font-size:85%;"></span><br /><span style="font-size:85%;">C. F. Abreu</span><br /><br /><br /><br /><br /><br />Querido;<br /><br />Até no meu egoísmo mais infinito quero você mais feliz do que eu mesma. Se cuida, eu lá queria muita coisa imensa para ti, mas vejo pequenez e aposto no que te levar para longe do meu fantasma. Boa sorte, um abraço enorme.<br /><br /><br />P.S.: Obrigada por me ensinar a amar.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-79835637788701061832010-11-06T18:25:00.002-04:002010-11-06T18:42:38.224-04:00Maledicência<span style="font-size:78%;">"Eu sei, eu sei, eu sei. Só que eu não aguento mais ninguém indo embora."</span><br /><span style="font-size:78%;"></span><br /><span style="font-size:78%;"> C. F. Abreu</span><br /><br /><br /> Lamentar por você morto foi o escape melhor para todos. Você vivo, imerso na própria desgraça que fluía para nós não nos despertava qualquer sentimento nobre. Fácil agora fazer uma matemática ignominiosa, a conta de uma vida criteriosamente errante subtraída por uma morte trágica. Penso que de trágica não há nada, tragédia é só para os bons e você, assim, tão enlameado de pecados-vícios se assemelha mais a um justamente morto, o que saiu com um rifle pela vida caçando a própria morte. Para mim o caso ainda é elevado a um outro patamar: você, nos momentos salubres; você, descalço e doente; você, engatinhando na vida adulta; você, retirando pétala por pétala até sobrar um galho seco.<br /> Hoje vejo árvores imensas com apenas poucos pontinhos brancos de flores e concluo que a vida é isso; não somos flores e nascemos folhas, olhantes das flores, secamos rápido e nem nascemos belos. O verde, mesmo colorido, será sempre o verde-árvore e permanecerá esquecido, deixado, sem exalar aroma ou se deixar penetrar pelo olfato alheio. Só conseguimos sentir os pés e, clack!, uma folha amarelada. Conhecemos a vida bem demais para um ser humano, porque sempre andamos pedindo licença para a morte, "quero passar". E no âmbito de extrair tudo, olhar tudo, sentir tudo, acabamos por trazer o que há de pior na existência; e nos tornamos piores, e reconhecemos um ao outro com uma tristeza profunda.<br /> E isso me dói de uma maneira que passa longe da tristeza de tanto doer, é como perder alguém tão querido e sofrer tanto que não há nome. Meu sofrimento com o você nunca mais ainda não tem registro em qualquer léxico. Como o verbo oîda em grego, eu não vi mas basta porque sei; e é de um saber dolorido, da maldade de não ter o que fazer e buscar meios, perguntar para Deus e para os anjos se é possível esfarelar o livre-arbítrio e criar uma amplitude justa. Nunca houve. A morte desmistificada, fácil, sem significação: uma morte desamparada.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22919118.post-23391438357231914872010-10-29T14:47:00.004-04:002010-10-29T20:13:10.415-04:00Do sol lá fora<span style="font-size:85%;">"Dort bin ich ihm und ist er mir so nah, wie ich mir selbst es nie sein werde."</span><br /><span style="font-size:85%;">[Ausflug mit dem Zerberus - Mirko Bonné]<br /><br /><br /></span>Da minha murchidão que virou hedionda e absurda dentro de mim mesma e de me reconhecer em qualquer situação. Sinto saudades. Abraços apertados e tudo o que um ser humano tem direito, calando os anos sem. Precisando de. Lacunas não são a minha especialidade, já que havia alguém não para preenchê-las mas para fazê-las para mim. Até nisso eu era dependente de ti, das brigas que ferem às lacunas que com tanto gosto eu não preenchia. Talvez só preenchesse você e muito mal preenchido. E no meu vazio eu nunca te encontrava; perdão. Substituo Zerberus por Mike, diabetes por ódio e ainda não suporto o sol lá fora, como você, muitas vezes. Ele me atrapalha a ter minhas memórias sobre você, sua brancura, seu nariz imenso, seu recato me fazem lembrar algo mais longe, mais distante, mas que dá para se tocar com a ponta dos dedos. Sempre foi assim, eu te tocava com as pontas de meus dedos e você sempre se afastando, e o não-ser doía tanto que eu simplesmente não sentia. Entende agora? Eu sempre senti muitíssimo e você nunca o soube. Você sempre viveu aqui dentro de mim; e era uma vida linda, e mesmo eu sempre estando toda remendada por torturas as quais eu mesma me sujeito eu sempre era o seu 'botãozinho'. Equivalente ao meu sofrimento você foi morrendo em mim, parou de crescer, parou de falar, eu não pude continuar regando nosso amor com os seus rosnados. A gente não pode trocar o engatinhar pela vida pelo rancor só porque ele prometeu nos fazer correr. Você aguardava, eu também. Mais ainda: compartilhava tchê.Anahttp://www.blogger.com/profile/00588569517747248049noreply@blogger.com1