Sonntag, März 02, 2008

E o ser humano é...

A Vontade que vira procura. A procura que vira afinidade. A afinidade que vira sentimento. O sentimento que vira boa-aventurança. A boa-aventurança que vira esperança. A esperança que vira ilusão. A ilusão que vira desespero. E o desespero vira vício. O vício vira choro. O choro seca e vem a indiferença, e esta varre o espírito.
A única vez que criei coragem e, assim, sorrindo ao digitar no teclado o "eu te amo", fiquei paralisada. Não era medo da resposta, apenas excitação, porque eu sabia que só ia dizer-lhe isso uma vez.
Agora o medo é constante. Eu não posso absolutamente pôr o coração pequenino em suas mãos. Pois, não há coração. Há ainda um resto de algo, como as cinzas que sobram de alguém cremado. Se eu pôr essas cinzas a tua frente, você iria assoprar? E as cinzas poderiam voar para tão longe que eu nem me lembraria de meus restos novamente. Não posso perder meus restos... Seria como renunciar a última chance e quem tem uma chance de sobreviver pula todas as chances de felicidade.
Sabe-se que precisa de maior coragem para atirar do que para servir de alvo. Então, sou por excelência uma covarde. Portanto, fica aqui a afirmação - que eu espero que salve alguma outra cinza - de que se exalte a vivência covarde para poupar rugas, dor, esquizofrenia e tão logo o holocausto maior: tédio.

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