Mittwoch, Februar 10, 2010

Eu como fracasso da mídia

Nasci um romance, tornei-me uma Capricho.



Abri este blog por influência de um amigo, o conservador de direita Levy, a quem devo metade de meu acervo cultural; também por influência da Ly, a quem devo metade de minha sensibilidade não só para mim, mas para com os outros. O primeiro texto desse blog é um artigo sobre um filme, um artigo que hoje em dia considero mal escrito, mas ainda assim um artigo. Logo, minha fama cresceu devido ao heterônimo Felluina, que se tratava apenas de um nome e tão-somente nome e alguns aforismos sarcásticos. Felluina arrebentou corações masculinos e femininos, levando-se em conta que os masculinos estavam acompanhados dos femininos, assim, uma leva de quase-fãs se formou. Era para eu ser imensamente grata por isso, não? Ora essa, nunca escrevi um livro, ainda me encontro em Língua Portuguesa III na Universidade e ainda nem li todas as obras dostoievskianas; mas obviamente, se tratando de mim, a coisa sempre vai para o lado mais vergonhoso da força. Sinto-me enojada. Sinto-me Avril Lavigne como salvação do rock, ainda: sinto-me Clarice Lispector que depois de tantos sofrimentos e devaneios escritos terminou servindo de lacuna a ser completada em orkuts medíocres. Claro que não levo orkut ou qualquer outro meio de comunicação a sério, mas um medíocre é um medíocre em qualquer lugar que pare. Mais além, um medíocre sempre será reconhecido por alguém com o verdadeiro talento. Já dizia o velho ditado romano: "In omni re uincit imitationem ueritas." Quando vi esta frase na aula de latim quase apontei e disse "é isso! é isso!"; a maioria dos meus amigos não me acham arrogante porque sabem do que falo, aliás, eles vêem a tentativa vã de novas "Anas" e "Felluinas" por aí, vêem e riem da minha cara perplexa diante de tanto amor (?) à minha pessoa. Nunca quis ser a dona da verdade, só queria escrever um livro, fazer alguns artigos e entender a verdade absoluta de cada livro. Ao invés disso, sou modelo de currículo para um bando de afetados sem talento, fazem qualquer notícia boba sobre mim virar um escândalo de página de jornal e ainda cospem no prato que comem. Sério, não seria mais educado sentar e pedir indicações minhas como eu fiz com os que me ensinaram parte de tudo? Porque uma coisa é nascer sem talento e persistir decentemente para montar aquilo que almeja, outra bem diferente é nascer sem talento (a indicação divina que eu tanto falo) e achar que copiando meus trejeitos, maquiagens e roupas é o suficiente. Terei o mesmo fim da Lispector: divorciada, com uma leva de fãs vergonhosos e um câncer.

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