Freitag, Dezember 19, 2008

As mentiras da geopolítica

Nos três anos em que cursei o Ensino Médio, sempre ouvi os mesmos discursos nas aulas de Geografia - em todas as aulas, principalmente em Geopolítica-, sobre quão o sistema capitalista é injusto e gera desigualdades por si só.
Não contentes com seus discursos inflamados, cheios de retóricas tiradas das orelhas da Carta Capital, eles ainda se propunham a citar Smith. Mas qual o problema em citar Smith? Ora pois, problema algum, quando não se utilizam de sofismas para isso, claro.
Era um tal de "Maximização das capacidades individuais que dizia que um vendedor de bananada teria que ser o melhor vendedor de bananada", que a coisa ficou mais ridícula do que eu previa. Smith via a "maximização das capacidades individuais" como a forma mais simples de gerar riqueza e prosperidade não só para o trabalhador, como também para a sociedade. Isso até hoje é uma medida certa e eficaz e não sou eu quem está dizendo. É só assistir ao Globo Repórter ou observar os judeus.
Ok, mas " as relações burguesia X proletariado são injustas, desumanas, insalubres!" Smith que foi um dos maiores pensadores capitalista diz:

"Não é porém difícil ver qual das duas partes tem, em ocasiões normais, vantagem nessa disputa e pode forçar a outra a aceitar um contrato nos termos que mais lhe interessam. Os patrões, sendo em número mais reduzido, podem facilmente chegar a um entendimento entre si a fim de manterem um dado nível de salários; aliás, são os próprios regulamentos que os autorizam, ou melhor, que não proíbem as suas combinações, enquanto que já proíbem as dos trabalhadores. Nunca assistimos a atos do parlamento contra as decisões de baixar os preços do trabalho; mas já soubemos de muitos contra as decisões de os aumentar. Em todas essas disputas os patrões podem aguentar-se muito mais tempo. Um proprietário, um agricultor, um industrial ou um comerciante, mesmo que não empreguem nenhum operário, podem normalmente viver um ano ou dois gastando os capitais já anteriormente adquiridos. Mas poucos trabalhadores poderiam resistir uma semana, menos ainda um mês, e quase nenhum um ano inteiro sem renovar pelo trabalho os meios de sua subsistência. A longo prazo, o trabalhador pode ser tão necessário ao seu patrão como este o é para aquele; mas tal necessidade não se verifica de imediato." ( "A riqueza das nações", p.63).

Fica aí claro que não se trata de injustiça, mas de fatos. O que pode tornar o sistema capitalista injusto não são as práticas capitalistas, mas o caráter de quem as pratica. Qualquer dúvida leiam o Riqueza das Nações e fechem o Manifesto, porque afetação comunista já está mais do que "last week".

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