Montag, Januar 07, 2008

E os olhos resplandeceram imensos

Aquela tarde seria o total, ela sabia. Não passava em sua massa encefálica nem a provável idéia de desistir, era fato e conseqüência certos. Andara tanto pelas ruas, subidas e descidas atrás daquela coisinha que talvez nem espalhasse pelo seu sangue, mas todo esforço era válido.
O quarto negro, as persianas balançantes e o ventilador em seu rosto. O cinzeiro em mãos, a cada trago uma dormência. E como se o tempo não tivesse se movido, já atravessava a porta em direção à rua. O vento batia em seu rosto e olhos, mas ela não sentia seus olhos. Era como se fosse cega, mas enxergasse com algum mecanismo das fibras oculares. Os ombros tão dormentes e nada caídos.
Algum tipo de auto-confiança em restinhos verdes acenderam-se nela. Olhar calmo, confiante, mas não era altivo como outrora. Passeava assim até encontrar seu amigo de infância: short, all star e uma blusa caída nos ombros com as alças do sutiã à mostra.

- Olhe bem para mim. - disse ela.

Ele olhou-a, deu uma leve risada confiante e os dois saíram juntos, completamente verdes e calmos.

Keine Kommentare: