Samstag, Juli 31, 2010

Da morte

Não é uma grande boa nova de que tudo me dói, o engraçado foi não doer na hora, nem depois. Não que não doa, mas esqueceu de doer, o sofrimento às vezes esquece da gente de uma maneira muito avulsa. Não doeu de uma maneira como se eu já soubesse e não soubesse. Porque eu não sabia, mas meu corpo fazia esforço para entender os traços da vida, as sutilezas de sinais e reagia como podia.
Nada de calafrios, grandes lágrimas ou "creio em Deus pai todo poderoso"; apenas uma tristeza de que tão aguda era transversal a mim. Como meu corpo já está acostumado a todas as sensações ruins existentes, não dei bola. É exagero no álcool, deve ser isso. E era apenas perda, t'aí!, como era perda e nisso eu sou pós-graduada eu não dei a mínima, devido ao costume exagerado a essa sentimento. Daí um milagre: a perda só é percebida quando a contam. Se você não souber da perda ela nunca existirá, eu não sei se esse raciocínio é válido para todos ou só para os que tem a alma deformada como a minha. Por fim, de tudo ficaram ensinamentos valorosos. Nosso organismo é coordenado pelo nosso espírito; a perda de tão desgastada está banalizada e não mais sentida; e o terceiro...bem, eu esqueci o terceiro. Vocês entendem, muitos anos de álcool, hão de me dar licença. O que eu quis dizer o texto todo foi: meu irmão alcólatra morreu e se eu não me der jeito também vou causar estranhezas em organismos alheios.

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