Sonntag, April 13, 2008

O sábado ensolarado triste

Era um sol escaldante. Termina de fazer a curva com o delineador dos olhos e sai. Pelas ruas, pessoas voltando dos shoppings. Talvez cinema. Talvez, a compra de um novo eletrodoméstico. Tanto faz.
E chega-se ao bar de sempre, cumprimenta-se o dono - freguesa assídua, de chegar ,sentar e o garçom já saber até a marca da cerveja que deve descer - e senta. Uma, duas, 6 cervejas. Ainda é pouco, toma-se muito mais na esperança de se afoguear um pouco. Tira o milésimo Marlboro para fumar, mas o clima lá dentro é tão abafado que tem-se que ir para fora acender o cigarro e fumá-lo.
Falta alguma coisa, todos estão quietos. Aliás, eles são o único grupo jovem dentro do bar. O resto são apenas pessoas mais velhas vindo de suas casas tomar algo e assistir ao futebol, eles devem pensar : "Tão jovens, velhos fígados". E nas ruas, apenas proletários agradecendo por ser sábado. Fora isso, as ruas estavam completamente vazias e quentes.
Tomar banho e conversar com amigos de muito longe, tão longe...longe....longe... Talvez não fossem tão amigos e tão queridos se não estivessem tão longe. Talvez. E acordo no domingo, assim, beijando os ares e sorrindo à janela. O sol chega a ofuscar minha retina. A cidade toda iluminada pelos raios, tão quente. Ficou a promessa de se livrar do Marlboro e de todos os cigarros existentes. A reabilitação nunca dá certo.




Você fez uma ferida enorme... E eu ando com ela por aí. O peito esmigalhado, mil tecidos rasgados. Com o nariz ainda exorbitante, como se fosse sã. O vento bate na ferida e arde, mas cerra-se os dentes e a vida continua a prosseguir. Como se eu não soubesse que o que eu não admito, você sente, de todo coração. E o medo não é da minha reação, mas da tua. Medo de cair de joelhos e rezar por mais manchas do meu batom vermelho.

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